ANIVERSARIANTE

                                                                          "Vai, mais rápido".  Robin e Will indo para uma reunião secreta do Royal Club:

Olá queridos amigos do meu Brasil. Hoje apresento a vocês uma pessoa ÍMPAR. Contei um pouquiiiiiinho do que é a minha história, para comemorar o famigerado ANIVERSÁRIO.
PARABÉNS PRA MIM
RAINHA DO UNIVERSO

EU    

      Nasci no dia 6 de junho de 2000, em São Gonçalo do Sapucaí, Minas Gerais. Era inverno rigoroso no sul de Minas, os médicos que realizaram meu parto se chamam Stênio e Edgar. O primeiro deles cometeu suicídio, mas não por minha causa, só curiosidade. Meu nome, de início, era para ser Maria Izabel, em homenagem às minhas avós. Feliz ou infelizmente, acabei me chamando Maria Teresa Gonçalves Sanches Gouveia. Meus pais, Maria Estela e João Carlos, já tinham tido um filho um ano e meio antes. Meu pai, outros 3 fora do casamento muitos anos antes. Mamei por dois meses, o que explica minha imunidade praticamente nula e meus problemas respiratórios.
      Morei em uma casa com uma jabuticabeira, um gato preto chamado Salém, um vira-lata chamado Pingo e uma basset chamada Mel. Os três foram doados depois de roer o pneu e o sapato do meu pai. Morei também em uma casa no Largo do Rosário e um apartamento na entrada da cidade. Meu pai morava em Jacareí, onde gerenciava uma metalúrgica, e vinha para São Gonçalo nos finais de semana. Sempre fui muito próxima dele, e sofria quando ele tinha que ir embora. Estudei minha infância toda no Pitágoras, onde conheci alguns que hoje são meus melhores amigos. Tive uma infância agradável, sempre rodeada de primos (27 até então, para ser mais exata) e neles via e vejo até hoje como as pessoas mais próximas de mim, meus confidentes e amigos de devoção indubitável.
      Vivia na casa da minha avó, e fui basicamente criada por uma empregada chamada Mamara, que sempre foi parte indispensável da família. A família por parte de pai, apesar de não tão próxima, foi um marco na minha vida, com comidas deliciosas e histórias ímpares. Todos os contos, as cicatrizes, as brincadeiras, as danças, as manias e grande parte da minha felicidade foram ao lado das pessoas que divido o sobrenome Gonçalves.
      A relação entre meu pai e minha família materna sempre foi conturbada, garantindo inúmeras brigas e discussões e grande parte dos meus traumas. Me distanciei dessa realidade com 5 anos, ao me mudar para Jacareí, São Paulo. Lá, ficava longe da minha mãe e da minha família, e me lembro vividamente da saudade que sentia. Estudei em duas escolas, Rezende Rezende e Thereza Porto Marques, e lá passei por bons momentos com amigos que ainda estimo muito. Jacareí foi o lugar que desenvolvi minhas habilidades com Guitar Hero, conheci inúmeras babás, brinquei na rua, ralei o joelho, e inventava peripécias ao lado de meus dois irmãos, João Augusto e Erick. As brigas entre meus pais não cessaram, e desde muito nova tive que aprender a lidar com alcoolismo e relacionamentos conturbados. Apesar de ter sempre sido uma menina engraçada, brincalhona e positiva, meu bom humor foi sempre testado quando passava Natais e outros feriados chorando em meio à discussões.
      Felizmente, vivi sempre muito confortavelmente, não a ponto de ser mimada. Viajava todos os finais de semana, conheci diversos estados do Brasil e era muito feliz. Tal hábito me induziu a ser apaixonada por viver na estrada, muitas vezes sem rumo, apenas pela aventura de conhecer lugares novos. Durante as viagens, desenvolvi a habilidade para soletrar, enxergar rapidamente fuscas azuis e ouvir as crônicas bobas que meu pai sempre contava.
      Em meio a tudo isso, um dos maiores marcos da minha infância foi a quantidade de doenças que eu era capaz de adquirir. Bronquite, rinite, sinusite e blefarite eram problemas constantes. Com três anos, arranquei o tornozelo no garfo da bicicleta. Queimei o mesmo lugar da bochecha com 3, 5 e 5 e meio. Com 7 fui picada por 32 formigas e quase morri com choque anafilático. Com 12, sofri um acidente de carro com pai e irmão. Com 13, tive intoxicação alimentar por comer muito uma bolacha.  Atualmente, tenho 11 cicatrizes por todo o corpo.
      Em 2009, com o advento da morte de meu avô materno e separação dos meus pais, me mudei novamente pra São Gonçalo e fui morar na casa da minha avó. Enfrentei, ao lado da minha mãe, depressão e diversos problemas temperamentais. Comecei meus estudos no SESI e lá reatei grandes amizades. Apesar de tantos problemas, criei um blog de moda e era uma criança muito feliz e forte, apesar da saudade imensa que sentia do meu pai e irmão.
      Tive uma pré-adolescência comum, com fases de emo, rockeira, até criar um fã-clube para uma boyband chamada One Direction e, com minha prima-irmã, ir ao show deles em 2014. Na casa da minha vó, passei por diversas festas do pijama, brigas familiares, primeiros amores, e muitas outras coisas que marcaram para sempre minha vida. Na escola, era aplicada mas não tão responsável, porém muito criativa. Brilhava em apresentações do Sarau e minha maior paixão era dançar na festa junina.
      Em paralelo ao mundo real, vivia sempre no mundo dos livros. Viajei para o exterior com Fani, criei jardins com O Menino do Dedo Verde, escrevi queridos diários otários, vivenciei a miséria e a amizade sem precedentes com o pé de laranja-lima, passei por momentos de guerra com Hannah e sua mala, vivi amores de realeza com America Singer, e amores impossíveis ao lado de Patch, descobri o charlatanismo com A Cartomante, a mente perspicaz do homem perante A Guerra dos Tronos, ingressei na Universidade com Kvothe a procura do Chandriano, vivi períodos de Orgulho e Preconceito com Elizabeth Bennet, descobri o mundo da mitologia grega com Percy Jackson e vivi grandes aventuras em Hogwarts. Até hoje, me perco no meio das palavras e acho impossível me distanciar do mundo literário, vivendo sempre com um pé em cada lado.
      Na adolescência, ingressei no universo das paixonites - algumas agudas e outras nem tanto. Chorei copiosamente por meninos reais e fictícios, me descobri um ser sensível, emotivo e extremamente apegado aos próximos. Nunca namorei, e meu relacionamento mais duradouro foi de 1 mês. Perdi meu BV com 14 anos, para o menino que até hoje detém grande parte dos meus pensamentos, afeto e amizade incomparável. Passei, e ainda passo, por incontáveis decepções amorosas, e até hoje não descobri artimanhas para me livrar delas. Confio cegamente, o que muitas vezes é uma faca de dois gumes.
      Nas amizades, passei por inúmeras reviravoltas e ainda passo. Mas uma coisa é certa: os momentos, confissões, comidas, filmes e fofocas foram inesquecíveis e me fizeram uma pessoa muito feliz. Hoje, tenho como meu pilar duas amigas que não falham na missão de me apoiar. Uma delas em especial, minha confidente, a pessoa que melhor me conhece e que sabe de todos os passos que eu dou. Não somente, encontro sentimentos de irmandade em pessoas de diferentes idades, gostos e costumes, e dou risada, faço besteira e me divirto incansavelmente ao lado de todos. E, voltando as origens, meus mais amados primos são também amigos inseparáveis, inconfundíveis e incomparáveis.
      Passei por diversas turbulências durante a vida, e ainda me deparo com elas vez ou outra. Vestibular, família complicada, sentimentos unilaterais e muitas outras coisas permeiam minha vida. E são todas elas, as partes ruins e boas, que me fizeram quem sou, hoje completando 17 anos. Me sinto nesse dia feliz, saudosa e animada para os próximos anos que virão.

Maria Teresa Gonçalves

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